domingo, 10 de fevereiro de 2008

Deprê.

Schizoid Ziel Vrouw Vilma.
Stuff & Stuff ep.



I'm hungry.
I'm hungry.
I'm hungry.
I'm hungry.
I'm depressed.
I'm hungry.
I'm hungry.
I'm hungry and depressed.

Depressed Bruce


Okay, hoje apetece-me falar da porcaria da depressão.
Eu sei que é uma estúpida doença pra se ter, quem é que se havia de lembrar, depressão...
E é tão emocionante nos dias em que se esta de muito mau humor e chateado e nos perguntam o que temos, e respondemos "depressão, conheces?" e depois ficam com uma cara de quem viu gato atropelado em frente á porta de casa...
Btw, estar deprimido é uma bela merda. Já estive pior, mas também já estive melhor.
Ultimamente as coisas têm-se agravado... Para além de estar a repetir o ano por causa da merda da depressão, eu não lhe queria por as culpas, mas eu os outros anos anteriores passava e não era assim com tão más notas, depois que a depressão começou, o desempenho na escola piorou a olhos vistos.
Comecei a não querer saber de nada, nada me interessava, nada me cativava, tretas assim. Convenci os meus pais a porem-me num centro de explicações, não que isso fosse mudar alguma coisa do que aprendia na escola, porque se quisesse estudar, estudava em casa, mas quis ir para lá, para passar menos horas em casa, onde esta a família maravilha.
Sempre fui fria e fechada, nunca mostrei grande compaixão pra com alguém ou algo, e raramente falava do que sentia, e isso piorou as coisas. Quando mudei para uma turma onde não conhecia ninguém, comecei-me a sentir extremamente só... Faltava ás aulas dias inteiros para ir ter com os amigos dos velhos tempos, e outras vezes faltava simplesmente por faltar, só para não ir á escola. Depois lá me comecei a integrar na turma, mas mal, com más companhias... Essas más companhias entupim-me os ouvimos e a cabeça com coisas das vidas delas, Tais como as relações amorosas conflituosas de namorados que batiam nelas, pais alcoólicos, eles próprios que se metiam na droga, e sei la... Isso mais a morte repentina de uma senhora muito querida por cancro, o suicídio de uma amiga, as depressões e tentativas de suicídio de outros amigos, começavam-me a deixar maluca.
Passado uns meses, comecei a ver a socióloga da escola, a Márcia, por vontade própria, e sem informar ninguém, os meus pais nunca souberam disso, nem acho que um dia vão saber. Tinha conversas com ela sobre todas essas coisas, aprendi muitas coisas com a Márcia, aprendi a dar menos valor á opinião falsa dos outros, a dar menos ouvidos a quem não merece, a deixar de me preocupar tanto com os problemas dos outros. Nessa altura andei melhor, mas passados três meses de ver a Márcia todas as 3ª-feiras, as aulas acabavam, e com isso as conversas com a Márcia.
O Verão tinha começado, e as férias com ele também, tentei fazer o que a Márcia me disse, e fazer novos amigos. Acabei por me juntar a um grupo de amigos muito unidos, que já conhecia há imenso tempo, mas que nunca me tinha dado tão bem com eles. Passávamos bons dias de Verão, e divertia-me com eles, mas as aulas tinham de começar, e os problemas de voltar.
Criou-se imenso atrito entre os novos membros da turma, e houve grandes "guerras" por causa de inveja e ciúmes. Tentei não ficar do lado de ninguém, e ao tornar-me neutra, foi impossível manter conversa com quem quer que fosse, dentro e fora da turma, porque o tema na escola, eram as guerras na turma, e ou se era do lado x ou y, e se falava mal de um ou do outro, quem não era de nenhum, não falava.
Apaguei-me do registo de pessoas daquela escola, isolei-me, nas aulas entrava muda saia calada, nos intervalos desaparecia para um canto sozinha. Deixei de ligar a tudo, deixei de falar aos amigos, deixei de lhes dar atenção, já nada me importava, e eles viviam bem sem mim. Nessa altura já me estava a lixar para os estudos, e já só ia ás aulas porque era obrigada. Desde ai, o tema sobre estudos e amizades dentro da escola está encerrado, continua igual ate aos dias de hoje. Amizades fora da escola, tenho 3 ou 4, mas pouco presentes.
Foi nessa altura que entrei para o centro de explicações. Ia para lá todos os fins de tarde, fazer de conta que estudava. Ás vezes nem levava nada, nem sequer um lápis, só me sentava lá calada, a ver os professores explicar aos miúdos.
Depois começaram as saídas com o casal de amigos, segurar vela. Saia de casa sem avisar ninguém, a mãe telefonava-me a dizer pra voltar pra casa cedo, eu ignorava e chegava a casa ás horas que queria bêbeda. No dia a seguir de manha faziam-me levantar cedo e berravam comigo por causa disso, eu voltava a ignorar e voltava a fazer o mesmo no fim-de-semana a seguir. Cheguei um dia a estar bêbeda e a dizer ao gajo com quem vinha para casa pra se ir embora porque ainda era cedo, e as 3h da manha quando me vi sem boleia liguei-lhe e ele trouxe-me para casa todo lixado comigo, sempre a abrir, estava a ver que se espetava.
Mais tarde as bebedeira tornaram-se habito, e bebia quase todos os dias. Nesses dias de bebedeiras fazia sempre merda.
Um dia pensei, e o álcool estava-se a tornar um vicio, e tentei deixar de beber, em contra partida, deu-me para começar a fumar ganza, lol, só eu pra me lembrar de cenas assim, eu, que nem nunca tinha fumado tabaco sequer.
Eu sei lá... E ainda não sei. Pensamentos parvos que me andam a passar pla cabeça.
Depois comecei a sair com uma amiga e amigos dela, que eram uns broncos (burros, analfabetos, incultos, vendiam droga, e cenas roubadas, e um deles tinha um arma no porta luvas e um taco na mala) e perfeitos desconhecidos para mim, e sentia-me completamente violada com as perguntas e coisas que me diziam, do tipo "Vamos passear o próximo fim-de-semana? Queria-te mostrar umas coisas!"... Um deles, que era comprometido teve a lata de se chegar a atirar a mim fisicamente, para alem das bocas parvas e porcar. Right... Never Again.
As aulas começaram, turma nova, ate gosto bastante deles, são inteligentes e cultos, foi assim uma rajada de ar puro para mim aquela turma, eu ate gosto mais de ir á aulas só por causa deles, ainda bem que canhei naquela turma. Foi assim a coisa mais positiva dos últimos tempos, aprendi mais nestes últimos meses com eles, do que em toda a minha vida com tanta gente que ja tinha conhecido.
Entretanto comecei a ser hipocondríaca (outra doença de que ninguém se ia lembrar). Então decidi ir mandar fazer analises, em que a Sra. Doutora me perguntou pra que queria fazer analises, e eu feita burra, comecei a enumerar doenças que poderia ter por causa dos sintomas, ela disse que eu era hipocondria e aconselhou-me a ir ver um psicólogo.
Como facto fui, o que só me deu chatices. Entro eu, o papa, e o maninho pro consultório:
Dr.: entao que te tras aqui?
Eu: hipocondria
Dr.: Papa e maninho, podiam sair, quero ficar a sós com a filha
...
Dr.: então que te trás aqui mesmo?
Eu: hmm, mandei fazer analises ao sangue e á urina a quase todo o tipo de doenças que me lembrei que poderia ter, tive de tirar 4 frascos de sangue, para alem disso, depressão, tcap, falta de sono ou dormir que nem pedra, falta de memoria, falta de interesse, reprovar duas vezes seguidas o mesmo ano...
Dr.: 1º, és sem duvida hipocondríaca. Já estas ai a por um monte de coisas que podes ter, sem ninguém tas ter confirmado. Explica-me lá isso tudo ao pormenor.
Bla bla bla, eu expliquei, ele conversou comigo, e bla bla bla, não interessa.
Como toda a gente sabe, os psicólogos não são baratos, e o meu papa, quando o homem lhe disse que tinha de la ir de semana a semana, ou de duas em duas, passou-se, e disse-me "vais la mais uma vez e acabou-se, pra te dizer o que eu te digo, que é para estudares, não vale a pena. Não te fez nada, vens de lá igual como quando para lá foste", e eu só disse "dinheiro é teu, tu é que sabes onde o deves gastar.", e como tal o homem assim o fez, e plas duas semanas que estão quase a acabar de passar, deixou bem claro onde merece o dinheiro ser gasto, o que deixou bem clara a minha posição perante esta merda toda :)

The End.

1 comentário:

Anónimo disse...

ja kuase falamos sobre isto ontem... sem tar aki com bla bla, o importante e saberes k te apoio... wild girl rulla ;)