quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Erasmus de um ponto de vista intimo

Uma das coisas que já aprendi sobre mim, é que, se estou a ouvir músicas de Nightwish, Anathema ou Antimatter, é porque tenho de verbalizar alguma coisa.
Suponho que essas são as minhas bandas de conforto, e se as escuto em busca de conforto, é porque algo me incomoda.
Depois da interessante época natalícia, de uma passagem de ano diferente, de alguns exames,  e de muitas discussões sem duvida reveladoras, cheguei a Montpellier para um semestre de Erasmus.
Primeiro erro: não ter escolhido fazelo por um ano inteiro.
Segundo erro: Expectativas.

Desde que aqui estou, as coisas tem corrido relativamente bem.
Fiz alguns amigos, sai algumas vezes.
Mas nada parece real.
As aulas são mais difíceis do que as que teria em Portugal.
Alguns controvérsias surgiram, e só me apeteceu desaparecer e chorar.
Sinto-me só.
E por isto não tenho ido às aulas.

Por outro lado, noto cada vez mais o meu comportamento TOC, a ansiedade e o stress a aumentarem. E com isso a depressão. E não consigo controlar nenhum. E isso está a afectar as minhas capacidades de socialização e os espaços em que me coloco e como me sinto em relação a eles.

A semana passada fui ao médico (devo ser ligeiramente hipocondríaca, porque passo a vida a ir ao médico), e fiquei radiante quando a enfermeira me pesou e a balança disse 59kg. Tendo em conta outros factores (como já ter comido nesse dia, e bebido quase meio litro de água, ou o facto de as minhas rastas cheia de penduricalhos e tantos piercings também contribuírem para essa conta) eu devo pesar na verdade 58kg.
Isso é incrível porque dias antes de partir de Portugal pesei-me e tinha 64kg em jejum. Estou aqui à menos de um mês e jà perdi 6kg! Estou no bom caminho!
A enfermeira, e a maioria das pessoas, ficam muito impressionadas por eu não beber bebidas alcoolicas...
Mais, deixei de fumar, de comer animais, de beber bebidas que não são naturais, e a comer mais legumes frescos em vez de enlatados.Vou ao mercado aos sábados buscar os vegetais.


E estas coisas fazem-me pensar, se serei eu capaz de ter uma vida normal.
Acabar o curso e dizer que era isso que eu queria.
Ter um emprego e estar contente com isso.
Ter alguém que me acompanhe e me faça feliz.
Ser mãe...

Quem se vai apaixonar por um pessoa com TOC e depressiva?

Ás vezes penso em todas as minhas crianças, e sei que quando elas tiverem 15 anos não se vão lembrar de mim. E eu vou estar velha, com saudades delas, e nunca mais os vou esquecer. Nunca nunca mais. E eles não vão saber quem sou.

Pergunto-me o que quero fazer da vida. E a resposta é: Não isto. Não sei.