Cinco minutos passavam da meia-noite.
Duas senhoras corriam a rua.
Estava aqui a pensar.
Gostava de um dia ser mais velha e ajuizada, experiente e consciente.
Ter mais maturidade, e não dizer e fazer tanta merda.
Ter um espírito mais acostumado e não tão revoltado.
Ter cérebro suficiente para falar com metáforas e sarcasmos, responder com perguntas e pleonasmos.
Ter tão grande sabedoria, conseguir falar só com os olhos, para quem me sorria.
Ter vocabulário tal, que teria de simplificar todas as minhas frases.
Ser poliglota, não de 4 línguas, mas de 50 dialectos.
Não sei, há tantas características que só se adquirem com o passar dos anos.
É o que me fascina nas pessoas mais velhas que eu, tem sempre algo mais sábio a acrescentar, uma história para contar, mais um exemplo para dar. Sabem sempre tanto, tanto mais que eu, tanto mais que nós.
Mas claro, também á pessoas e pessoas.
Há pessoas com os seus 40, e sabem menos que eu, não por falta de escola, mas por de vivência, ou de paciência. "Os tempos eram outros." Desculpas que nos dão, mal desculpadas ainda por cima, quanto mais outros eram os tempos, mais interessantes se tornam, histórias de guerra, de evolução, de cores na televisão, e carros de viação.
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