domingo, 7 de novembro de 2010

Penetrante.

Ligaste-me, tinhas novidades, e pareciam ser importantes, pela urgência com que falas-te. Pediste-me que fosse a tua casa imediatamente, e aflita como fiquei, assim o fiz.
Conduzi a alta velocidade, e apesar de morarmos a 5 minutos de distância, demorei o que me pareceu uma hora parada num semáforo.
Cheguei a tua casa e quando bati, nem me permitiste falar, agarraste-me pela mão e puxaste-me para dentro. Estavas como sempre sorridente, mas este sorriso trazia algo mais, um reflexo de orgulho no olhar.
Disseste "não te assustes" e quando entramos na sala quase me mijei. Fez-se silêncio.
No teu sofá estavam quatro olhos sinistros a olhar para mim. Pareciam aliens, vindos do futuro. Criaturas de inteligência superior, que comunicam telepáticamente.
Era claramente um macho e uma fêmea, com elegância e altivez. Mas não tinham um tamanho normal. Chegavam-me á cintura, e em pé, eram maiores que eu, ou tu.
O macho era de um tom cinzento-arroxeado, com olhos amarelo radioactivo, e a fêmea era branca de olhos azuis-diamante.
O macho tinha uma coroa Uraeus, e a fêmea usava uma gargantilha de missangas azuis, vermelhas e douradas, com um escaravelho azul incrustado em ouro. Era obvio que eram de uma raça nobre. Eram majestosos.
Quando saíram do sofá e se começaram a aproximar de nós, dei um passo atrás, mas puxaste-me pela mão, ao mesmo tempo, dentro da minha cabeça ouvi "Não tenhas medo".
Fiquei imóvel. Tinham acabado de falar comigo...
Tu sorrias cada fez mais ao ver a minha incrédula cara.
"Surpresa, são teus."
...
Ofereceste-me dois lindos Sphynx, e não podia estar mais contente, são lindos.
Quando os conheci fiquei assustada, mas agora que os conheço, não vivo sem eles, e isso vê-se pelas fotografias espalhadas pelo meu sono.

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