sexta-feira, 28 de agosto de 2009

The Isle Of The Black Sun.

Mais um dia, mais um massacre. A luta é duradoura. Dez anos repletos de carnificina louca. Anseiam por sangue e morte. Esfomeados por poder. Entre os corpos deixados nos campos de batalha, contam-se os feridos. Pouco ou nenhuns sobrevivem. A cede é muita, não poupam nada nem ninguém.
Aldeias são saqueadas, destruídas e queimadas, por nobre e velhos cavaleiros. Um vasto mundo desolado fica para trás, para os pobres desafortunados poderem roubar o que sobra, de corpos já a apodrecer.
Cheira mal. Cheira á morte. Não só corpos e casas, mas também gado e propriedades. Tudo queimado, ate uma ténue nébula de cinzas ficar a pairar pela natureza morta. O riacho já não salpica as suas margens verdes com águas cristalinas.
A água tornou-se impura, de um vermelho sujo, enlameado.
Vêem-se crianças abandonadas, desamparadas, perderam a sua inocência, mas ainda assim não entende o quão cruel serão os tempos que se avizinham.
Foram deixadas sozinhas, sem sítio para onde caminhar, com destino incerto.
Rodeadas de corpos inocentes levados pela ganância dos grandes e poderosos, deixam-se ficar, escondidas e com medo.
Ao anoitecer, uma chuva quente e purificadora, limpa todo aquele pesar. Chove noite e dia durante uma longa semana. O fogo cessa. A guerra termina.
O sol ergue-se, ergue-se mas mostra-se negro.
Nada é perdoado nem esquecido, mas a candura destas crianças leva-as a acreditar num dia melhor. É hora de recomeçar, reconstruir, relembrar e reviver.
As crianças juntam-se sob o novo sombrio céu negro.
Enquanto caminham arrastando consigo os corpos em direcção ao mar, cantam:
We carry death out of the village.

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