segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Se um dia demorares… Leva o tempo que precisares.

Esvoaçam-lhe os cabelos na desesperada correria.
A chuva cai, escorre-lhe pelas faces junto das encharcadas lágrimas.
Não tem destino, corre por vontade, corre porque sim.
Para trás deixa a memória, com saudade.
Fica com o tempo que sempre indagou.
Sente o fogo crescer-lhe na garganta, fazendo-a fervilhar de cansaço.
Por momentos pára, reflecte no que faz.
terra por toda a parte.
Terra que não é de ninguém, suja, traiçoeira, infiel…
A evasão prossegue com hostilidade.
Sem se aperceber, pensa no sabor a sangue que traz na boca…
Escarlate, cintilante á luz das estrelas.
Fecha os olhos. É impossível esquecer.
Tenta desprezar o desejo, correndo ainda mais.
É infernal, o coração já não aguenta, quer-lhe explodir.
Com fugaz determinação, sem saber por onde continuar, atira-se em frente, segue-lhe o rasto.

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